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Sobre o CancerThera

O Centro de Inovação Teranóstica em Câncer (CancerThera) desenvolve atividades de pesquisa, inovação e difusão do conhecimento. Ao adotar um modelo pioneiro no País, nosso objetivo é ser um centro de referência mundial no estudo translacional de teranóstica em câncer.

A construção da ponte entre o conhecimento científico básico e a aplicação clínica requer o entendimento de que os resultados obtidos na pesquisa básica precisam ser aplicados na clínica. Por isso, temos um desafiador plano de pesquisa: experimentar e produzir conhecimento sobre o uso de metais e radiometais no diagnóstico e no tratamento do câncer desde a Pesquisa Básica até a Pesquisa Clínica, considerando a integração entre elas e seu entremeio, que é a Pesquisa Pré-Clínica.

Sendo um importante problema de saúde pública, o câncer está entre as principais causas de morte da população mundial. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que, só no Brasil, haverá 704 mil casos por ano até 2025. As regiões Sul e Sudeste concentram 70% da incidência. Portanto, a identificação de novos agentes para o diagnóstico e o tratamento de pacientes oncológicos é muito desejada.

A teranóstica como princípio

Os metais (e seus compostos estáveis ou radioativos) têm sido usados com essa finalidade atualmente, e é nesse campo que farão a diferença as pesquisas desenvolvidas pelo CancerThera. Contamos com recursos humanos qualificados para a criação e a manipulação de fármacos (substâncias químicas que são a base de um medicamento) e radiofármacos (substâncias químicas com propriedades radioativas) para o diagnóstico e o tratamento do câncer segundo a abordagem “teranóstica” – um nome que se refere à junção das palavras “terapia” e “diagnóstico”.

O modelo Teranóstico está crescendo rapidamente e transformando a Oncologia

A nanotecnologia aplicada à teranóstica tem ganhado destaque no enfrentamento da doença. Ela envolve a identificação de uma molécula ativa relacionada a um alvo tratável e, posteriormente, à radiomarcação dessa molécula para fins diagnósticos e terapêuticos. Por exemplo, em uma radiomarcação, utiliza-se um átomo radioativo introduzido em uma molécula (um peptídeo) que se liga à membrana do tumor cancerígeno. Esse átomo radioativo, a depender de seu tipo, pode tanto mapear o tumor, favorecendo o diagnóstico, quanto produzir energia que irradie o tumor, sendo uma parte da terapia. Uma vantagem desse tipo de tratamento é ter uma irradiação interna, não atingindo tecidos vizinhos, sem necessitar ultrapassar a pele, os ossos e outros músculos até chegar ao tumor.

A tecnologia desenvolvida pelo CancerThera é baseada, principalmente, na produção interna de radiofármacos marcados com os átomos radioativos gálio-68 e lutécio-177, fazendo com que o uso de imagens diagnósticas e diferentes tratamentos se tornem mais disponíveis e acessíveis, com custos significativamente menores. Nosso modelo de produção interna de radiofármacos poderá ser replicado em qualquer cidade do interior paulista, nas regiões mais distantes do Brasil e em outros países em desenvolvimento.

A teranóstica é basilar no trabalho dos pesquisadores que compõem o CancerThera em suas diversas especializações. Eles formam equipes altamente qualificadas atuando em oito diferentes áreas, voltadas para o desenvolvimento de fármacos e radiofármacos e a investigação de aplicações não usuais dos recursos já existentes na Medicina, sempre abarcando o diagnóstico e o tratamento simultâneos do câncer. São elas:

MEDICINA NUCLEAR CLÍNICA

MEDICINA NUCLEAR PRÉ-CLÍNICA

ONCOLOGIA CLÍNICA

ONCOLOGIA PRÉ-CLÍNICA

ONCO-HEMATOLOGIA

RADIOFARMÁCIA

RÁDIOQUÍMICA

QUÍMICA

Integração dos testes à aplicação: uma via dupla

A proposta central é experimentar e compartilhar conhecimento sobre o uso de metais e radiometais para diagnosticar e tratar o câncer, desde a Pesquisa Básica até a Pesquisa Clínica, passando pelo braço da Pesquisa Pré-Clínica. A atuação das equipes do CancerThera se realiza por meio desses braços de maneira integrada, em distintas etapas, com os mais variados propósitos e orientada pela Medicina Translacional. Ou seja, identificar a doença para pesquisar possíveis tratamentos (do leito do paciente à bancada do laboratório) e, em um movimento reverso, desenvolver tratamentos e testar a segurança e a eficácia deles (da bancada ao leito) de modo cíclico e convergente entre os braços da pesquisa.

As primeiras atividades do CancerThera serão realizadas pelo braço da Pesquisa Clínica, que, além de desenvolver novos usos para radiofármacos já conhecidos e consagrados, irá realizar a etapa clínica na pesquisa das aplicações dos radiofármacos desenvolvidos no braço da Pesquisa Pré-Clínica. Enquanto isso, o braço da Pesquisa Pré-Clínica trabalhará desenvolvendo novos compostos e verificando suas toxicidades e ações em culturas de células tumorais e em animais. Os compostos mais promissores serão selecionados para estudos clínicos de fases 1, 2 e 3 em humanos.

Os radiofármacos produzidos com sucesso na Pesquisa Básica serão utilizados na fase 1 e, eventualmente, na fase 2 dos estudos clínicos (Pesquisas Pré-Clínica e Clínica).

Da mesma forma, novas aplicações de fármacos já conhecidos pelos especialistas que atuam nos braços das Pesquisas Pré-Clínica e Clínica terão sua radiomarcação monitorada pelos pesquisadores da Pesquisa Básica.

Tamanha interação contínua entre as equipes dos três braços de pesquisa do CancerThera é um modelo pioneiro no Brasil. Os resultados translacionais são consequência dessa interação, possibilitando a criação e o desenvolvimento de métodos inovadores para atender pacientes oncológicos. Em nosso programa de pesquisa, está sempre no horizonte a busca por mecanismos para diagnósticos rápidos e seguros, assim como tratamentos menos tóxicos e mais eficazes.

Infraestrutura e financiamento

A Unicamp possui uma ampla infraestrutura com equipamentos, pessoal especializado e apoio administrativo. Aqui, reúnem-se diversos projetos de pesquisa e profissionais que já atuam na própria universidade e em outras instituições do Estado de São Paulo, convergindo para lidar com o mesmo público-alvo.

São instituições associadas na operação do CancerThera: o Centro de Hematologia e Hemoterapia da Unicamp (Hemocentro-Unicamp), que é nossa sede; a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e o Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo. Somos financiados como um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Nossas atividades começaram em maio de 2023.

Além da FAPESP, entre as fontes de financiamento, há um projeto previamente aprovado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), pelo Centro de Pesquisas do Hemocentro-Unicamp e pela CAPES (PROAP e Capes-Print). O CancerThera também é apoiado por diversas empresas nacionais e estrangeiras, contando com um expressivo Conselho Consultivo Internacional, com membros de renomadas universidades de países como Itália, Alemanha, Estados Unidos, Áustria, França e Portugal.

Informações Gerais do Projeto
UM CEPID FAPESP
Programas de Inovação Tecnológica / CEPID - Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão
Vigência

01/05/2023 a 30/04/2028

Detalhes

Chamada de Propostas (2021). Processo número 2021/10265-8.

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