Queremos agradecer imensamente por você ter oferecido um tempinho do seu dia 17/08 a nos escutar falar sobre um tema que amamos: a abordagem teranóstica no câncer. Somos muitas pessoas no CEPID CancerThera dedicadas à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias e produtos que possam ser aplicados nesse modelo cada vez mais promissor de cuidados relacionados à terapia e ao diagnóstico simultâneos para pacientes com câncer.
Então, para você que ainda quer ter mais detalhes sobre o universo dos radiofármacos e da abordagem teranóstica no câncer, preparamos este conteúdo abaixo. Além de informações que já compartilhamos durante nossas atividades na Unicamp Portas Abertas 2024, você vai encontrar vídeos, ilustrações e outros materiais complementares nesta postagem.
O que é a abordagem teranóstica no câncer?
A abordagem teranóstica combina terapia e diagnóstico em um único procedimento para o tratamento de pacientes com câncer. Esse modelo utiliza radiofármacos especiais para identificar e destruir células tumorais de maneira segura, precisa e personalizada.
O que são e para que servem os radiofármacos?
Radiofármacos são formados por isótopos radioativos (radioisótopos) ligados a moléculas que se direcionam a células, tecidos ou órgãos específicos do corpo humano, pois eles contêm alvos aos quais os radiofármacos se acoplam – alguns tipos de proteínas na superfície dos tumores podem ser esses alvos. Os radiofármacos são utilizados em Medicina Nuclear para diagnosticar por imagem e tratar diversos tipos de tumores, como os de próstata, ossos e neuroendócrinos. A imagem abaixo ilustra o modo como os radiofármacos são constituídos (radioisótopo > ligante > molécula) e sua afinidade pelo tumor.
Quais tumores são tratados com radiofármacos teranósticos mais frequentemente?
– Tumores de próstata: Radiofármacos PSMA-18F e lutécio-177.
– Tumores de tireoide: Radiofármaco iodo-131.
– Tumores ósseos: Radiofármaco samário-153.
– Tumores neuroendócrinos: Radiofármacos dota-gálio-68 e lutécio-177.
Como os radiofármacos são usados na abordagem teranóstica no câncer? Em duas etapas.
Eu preciso ter medo da radiação aplicada na Medicina Nuclear?
NÃO! O modo como a energia nuclear e a radiação são usadas na abordagem teranóstica no câncer é muito seguro. Uma boa explicação de como a tecnologia nuclear está presente no nosso dia a dia e pode ser usada para fins benéficos para a sociedade – como no caso da abordagem teranóstica – é a do vídeo produzido pela Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul), uma parceira muito presente no dia a dia do CEPID CancerThera.
Na produção, criada por Nini Guillen, autora de literatura infantil, narradora e podcaster, a personagem Urânia tem um diálogo muito esclarecedor com o cientista Nino sobre as aplicações benéficas e seguras da tecnologia nuclear. Dá o play!
E as aventuras de Urânia não pararam por aí! A Amazul lançou mais uma história (dividida em três partes) sobre um tema muito importante de abordar quando o assunto é radiação, com o intuito de seguir desmistificando o uso da tecnologia nuclear em nossa sociedade. Desta vez, Urânia trata da relação entre a tecnologia nuclear e o meio ambiente, considerando o que é sustentabilidade, a diferença entre energia limpa e energia renovável e a necessidade de reduzirmos as emissões de carbono no planeta.
Voltando aos radiofármacos: apesar de ser seguro o uso, devido à radiação emitida, o manuseio deles e a aplicação em humanos exigem cuidados especiais. Para ter uma ideia de como os profissionais que lidam com radiofármacos são tão cuidadosos, assista ao vídeo a seguir. Nele, você verá uma reportagem da TV Unicamp, realizada no Serviço de Medicina Nuclear do Hospital de Clínicas da Unicamp, sobre o manuseio e o descarte de resíduos radioativos que são usados em diagnósticos e tratamentos.
O que é e o que faz o CEPID CancerThera?
O CEPID CancerThera é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão, financiado majoritariamente pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Nosso nome completo é Centro de Inovação Teranóstica em Câncer, e estamos sediados na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com a participação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) e do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC/USP).
Nosso centro de pesquisa está empenhado em desenvolver novos radiofármacos teranósticos, bem como testar novos usos para radiofármacos já consagrados. Buscamos, por meio da inovação tecnológica, tornar a abordagem teranóstica mais eficaz, acessível e barata para a sociedade. Além disso, a difusão do conhecimento científico é uma de nossas metas, visando a educar a população sobre a prevenção do câncer e combater a desinformação.
Como o CEPID CancerThera desenvolve seus estudos científicos?
Adotamos uma modalidade chamada “pesquisa translacional” para diminuir o tempo entre as descobertas científicas e suas aplicações em pacientes. Nossos estudos são divididos em três principais braços de pesquisa, que funcionam de forma integrada e cíclica:
Estudamos o funcionamento do câncer, identificamos novos alvos para tratamento e desenvolvemos metalofármacos e radiofármacos para diagnóstico e terapia. Também exploramos novos usos para radiofármacos conhecidos.
Avaliamos a segurança e a eficácia dos novos radiofármacos criados testando-os em células tumorais e animais, realizando estudos de toxicidade e determinando a adequação para aplicações futuras em humanos.
Aplicamos em humanos os novos radiofármacos criados na etapa básica e testados na etapa pré-clínica, avaliando a eficácia, a segurança e os possíveis efeitos colaterais. Esta etapa é conduzida com rigorosos critérios técnicos e éticos para o bem-estar dos pacientes.
E, agora, com a palavra: o Prof. Dr. Carmino Antonio de Souza e a Profa. Dra. Elba Etchebehere, pesquisadores principais no CEPID CancerThera. Nesse bate-papo realizado pelo Hemo Play Podcast, da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH), os pesquisadores conversam sobre radiação, medicina nuclear, radiofármacos teranósticos e o nosso centro de pesquisa. Confira!
E se ainda restar alguma dúvida, basta escrever para a gente neste endereço: imprensa@cancerthera.org.br. Teremos muito prazer em conversar com você sempre que quiser!