Em uma iniciativa significativa para a pesquisa em radiofármacos e metalofármacos, o CEPID CancerThera e o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) seguem fortalecendo sua cooperação. Durante uma visita ao CNPEM, no dia 31 de março, pesquisadores de ambas as instituições discutiram, em uma reunião de trabalho realizada em duas sessões de diálogos, possibilidades de colaboração científica no desenvolvimento de produtos com base em tecnologia nuclear e em radioterapia com prótons. O avanço da parceria entre o CancerThera e o CNPEM poderá representar um importante passo para inovações no campo da Radiofarmácia, da Medicina Nuclear e da Oncologia.
“O CancerThera tem um objetivo estratégico e relevante para a área da Saúde, que é o desenvolvimento, da pesquisa básica até a pesquisa clínica, de fármacos e radiofármacos para o diagnóstico e o tratamento do câncer. O CNPEM tem competências complementares, na área de desenvolvimento de fármacos a partir da biodiversidade e no desenvolvimento de aceleradores de prótons com potencial de aplicação na produção de radioisótopos, além de algumas infraestruturas únicas no País, como o acelerador de partículas Sirius, por exemplo”, avalia o Dr. Antônio José Roque da Silva, físico, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e diretor-geral do CNPEM.
As sessões foram realizadas com a presença de pesquisadores, gerentes e diretores das áreas de Tecnologia, de Portfólio e do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) do CNPEM, que dialogaram com pesquisadores principais e associados do CancerThera.
Cooperação animadora
O Dr. Celso Dario Ramos, médico nuclear, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp), pesquisador principal e vice-diretor executivo no CancerThera, afirmou ter tido uma surpresa muito positiva com o resultado da reunião de trabalho. “Já surgiram várias propostas de cooperação. Em breve, poderemos iniciar projetos de pesquisa de interesse comum às duas instituições”, diz. Entre os projetos discutidos, está o desenvolvimento de novos fármacos e a possibilidade de viabilizar um acelerador de prótons para pesquisa e aplicação clínicas.
O Dr. Carmino A. de Souza, onco-hematologista, professor da FCM/Unicamp, pesquisador responsável e diretor executivo no CancerThera, também salienta a importância do laço que está se estreitando: “Um dos pontos de extrema relevância é essa aproximação nossa com instituições fundamentais nas áreas nuclear e de desenvolvimento de radiofármacos”. Segundo ele, a estrutura do CNPEM oferece condições ideais para avanços significativos no desenvolvimento de radiofármacos essenciais para a pesquisa no modelo Teranóstico no câncer – abordagem da Medicina Nuclear que combina diagnóstico e terapia, personalizando os cuidados com pacientes oncológicos.
Souza aponta, ainda, a magnitude da estrutura e a alta capacidade de produção do CNPEM. “Para nós, do CancerThera, é mais um motivo de estímulo, já que essas aproximações abrem espaço a novas possibilidades de colaboração, tanto no campo da pesquisa como, eventualmente, até no futuro, no campo da assistência à saúde de pacientes com câncer”, afirma o pesquisador.
E o diretor-geral do CNPEM ratifica: “A aproximação dessas duas instituições poderá trazer um grande benefício para a sociedade, não somente pelo potencial para a área da saúde, mas também na formação de recursos humanos em áreas relevantes para o Brasil”.
Texto e fotos: Romulo Santana Osthues
