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Pesquisador responsável pelo CEPID CancerThera, Carmino A. de Souza participa da FAPESP Week Itália; cooperação e inovação são temas centrais do evento

A 22ª edição da FAPESP Week, realizada entre 14 e 15 de outubro, em Bologna, Itália, reuniu cerca de 70 acadêmicos brasileiros e italianos com o objetivo de fortalecer parcerias científicas. Entre os participantes estava o Dr. Carmino Antonio de Souza, médico onco-hematologista, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas e pesquisador responsável pelo CEPID CancerThera.

Souza, que também é vice-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), apontou alguns dos principais destaques do evento organizado em parceria com a Alma Mater Studiorum – Università di Bologna (Unibo): os trabalhos ligados às áreas de humanidades (contemplando museus) e tecnologias, além das apresentações de startups. “Na área da saúde, o maior interesse foi em infecções por germes multirresistentes (bactérias e fungos)”, explicou. 

Ele ainda fez uma breve apresentação e dialogou com alguns pares sobre a cooperação científica entre o Brasil (especialmente o Estado de São Paulo) e a Itália, citando também as atividades de pesquisa desenvolvidas no CEPID CancerThera.

No púlpito, Carmino A. de Souza, pesquisador responsável pelo CEPID CancerThera
e vice-presidente da FAPESP | Foto: Karina Toledo/Agência FAPESP

Inovação e impulsionamento

A inovação foi um dos temas centrais do evento, especialmente em iniciativas voltadas à colaboração entre universidades e indústrias. Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente da FAPESP, destacou a força do ecossistema de ciência, tecnologia e inovação do Estado de São Paulo, que responde por 43% da produção científica nacional. “Metade da P&D [pesquisa e desenvolvimento] é feita em empresas. Isso é único na América Latina, onde a maior parte da pesquisa é financiada com dinheiro público”, disse Pacheco.

Marina Silverii, diretora-executiva da Attractiveness Research Territory Emilia-Romagna (ART-ER) – um consórcio que reúne universidades, institutos de pesquisa e agências de fomento –, falou sobre o papel da instituição em moldar um futuro sustentável para a região de Emilia Romagna, considerada a “locomotiva” da economia italiana. De acordo com Silverii, a maioria das 400 mil empresas sediadas na região tem menos de nove funcionários, muitas delas sendo altamente inovadoras e tendo um mercado global. “Agora, toda a nossa energia está em ajudar a escalar essas empresas, e isso passa por ampliar a cooperação internacional”, destacou.

A presença de startups também marcou o evento, em uma estratégia para aproximar a academia do mercado. Raul Machado Neto, assessor da Presidência da FAPESP e coordenador do evento, observou a crescente importância dessa conexão para promover a inovação, ressaltando a seleção de quatro beneficiários do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), dentre os 17 inscritos, que puderam interagir com representantes de empresas italianas durante a FAPESP Week Itália.

A participação de startups e o foco em tecnologias inovadoras, como inteligência artificial e transferência de tecnologia, foram amplamente discutidos. “Desde 2012, já lançamos 16 startups e 77 spin-offs. Elas colocam no mercado os resultados de nossas pesquisas, criam novas possibilidades de emprego e ativos para a economia local”, explicou Claudio Melchiorri, delegado para as Relações com as Empresas e a Pesquisa Industrial da Unibo, destacando o papel das universidades no fomento ao empreendedorismo.

Mais de 70 acadêmicos participaram da FAPESP Week Itália, entre 14 e 15 de outubro | Foto: Karina Toledo/Agência FAPESP

Cooperação Brasil-Itália

A colaboração científica entre Brasil e Itália foi outro tema presente. Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, enfatizou o impacto positivo dessa parceria. “Embora existam poucos acordos institucionais, São Paulo é um parceiro privilegiado da Itália. O impacto dos artigos publicados por italianos em parceria com cientistas paulistas é maior do que os publicados em parceria com pesquisadores dos Estados Unidos”, afirmou Zago. São Paulo responde por 53% de toda a colaboração entre ambos os países.

Ele reforçou que todos os programas da FAPESP estão abertos à colaboração internacional, e que o objetivo do evento era ampliar essas oportunidades. “O sistema de ciência e tecnologia do Estado de São Paulo é bastante complexo. Somos responsáveis por mais de 40% da produção científica do Brasil. Portanto, esta é uma ampla oportunidade para desenvolver projetos conjuntos. Temos um acordo de cooperação com o CNR [Consiglio Nazionale delle Ricerche] e podemos apoiar projetos colaborativos de pesquisadores paulistas com qualquer instituição italiana”, disse.

Zago explicou que a FAPESP financia pesquisas em todas as áreas do conhecimento e apresentou as diferentes modalidades de apoio disponíveis, com destaque para os já citados PIPEs, os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) e os Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs).

Giovanni Molari, reitor da Unibo, por sua vez, ressaltou a importância histórica da relação entre os dois países: “A Unibo construiu uma sólida relação com o Brasil, que começou há mais de 30 anos, com o estabelecimento da Cátedra de Literatura Brasileira. Desde então, expandimos nossa colaboração acadêmica para muitos campos científicos”.

Mais informações sobre a FAPESP Week Itália estão disponíveis em: https://fapesp.br/week/2024/italy


Edição e texto: Romulo Santana Osthues | Com informações e fotos de Karina Toledo/Agência FAPESP.

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