No dia 14 de setembro de 2024, durante o 38º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear, realizado entre 13 e 15 de setembro no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo (SP), a Dra. Elba Cristina Sá de Camargo Etchebehere e o Dr. Allan de Oliveira Santos, pesquisadora principal e pesquisador associado do CEPID CancerThera, foram eleitos presidente e primeiro tesoureiro, respectivamente, da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) para o biênio 2025-2026. A eleição ocorreu em um momento de grande expectativa para a comunidade médica, consolidando a trajetória de liderança e excelência dos pesquisadores na área da Medicina Nuclear.
“Nossa visão para o futuro envolve um diálogo aberto, porém firme, fundamentado na ciência, com uma internacionalização que traga mais força às negociações com Ministérios, a Comissão Nacional de Energia Nuclear, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Conselhos e outros órgãos reguladores”, destacou Etchebehere em seu primeiro discurso após o resultado do pleito.
Trajetórias profissionais referendadas
Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1992), doutora em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (2001) e livre-docente pela Universidade Estadual de Campinas (2019), Elba Etchebehere tem uma carreira sólida, marcada por sua atuação no Brasil e no exterior. Entre 2014 e 2016, realizou pesquisa de pós-doutorado e foi professora assistente no MD Anderson Cancer Center, no Texas (EUA), instituição reconhecida mundialmente pela excelência em Oncologia. Tem vasta experiência em PET/CT e SPECT/CT em Oncologia, Ortopedia Nuclear e terapia radioisotópica. Ela também se destaca pelo uso de inteligência artificial em imagens moleculares, trazendo inovações que melhoram o prognóstico e o tratamento de pacientes oncológicos. Atualmente, atua no Serviço de Medicina Nuclear do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas e é sócia do grupo Medicina Nuclear Diagnóstico e Terapia (MND). Além de pesquisadora principal, ela também é Diretora de Difusão do Conhecimento do CancerThera.
Allan Santos é graduado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (1994), onde também realizou residência em Medicina Nuclear (1998) e concluiu seu doutorado em Clínica Médica (2006). Sua trajetória profissional é contemplada pela atuação em radioisotopoterapia, com especialização em radioembolização de tumores hepáticos, radiossinovectomia e tratamento de tumores neuroendócrinos, além de extensa experiência com PET/CT utilizando radiofármacos. Também se dedica à densitometria óssea e à análise de composição corporal. Atualmente, exerce suas funções na Universidade Estadual de Campinas e é sócio do grupo MND.
A nova diretoria da SBMN também é composta por outros nomes de destaque na área da Medicina Nuclear: Paulo Almeida Filho foi eleito vice-presidente e Lara Terra Carreira será a segunda tesoureira; Gustavo do Vale Gomes e Flávia Paiva Lopes foram escolhidos para as posições de primeiro e segundo secretários, respectivamente; e enquanto Dalton Alexandre Anjos ficará à frente da pasta de Defesa e Ética, Camila Mosci será a responsável pela pasta Científico.
Avanços na pesquisa brasileira em Medicina Nuclear
Elba Etchebehere e Allan Santos são referências em pesquisa na área da Medicina Nuclear, com vasta experiência clínica também. Suas contribuições acadêmicas e científicas têm foco, atualmente, na abordagem teranóstica, modelo que integra diagnóstico e terapia concomitantes em Oncologia.
“Esperamos, na esfera científica, fortalecer o papel das pesquisas em Medicina Nuclear no Brasil, incluindo aquelas desenvolvidas no âmbito do CancerThera, para ampliar a visibilidade no cenário internacional do que é desenvolvido internamente, além de fomentar a colaboração entre instituições de pesquisa, a indústria farmacêutica e os órgãos reguladores. Tais aproximações são essenciais para garantir que as inovações de centros de pesquisa como o CancerThera, por exemplo, possam ser traduzidas em avanços clínicos acessíveis e eficazes para a população”, afirma Etchebehere.
Com essa nova gestão, a expectativa é de que a SBMN siga em frente para fortalecer a atuação médica em pesquisa e inovação na especialidade da Medicina Nuclear e áreas afins, contribuindo para o aprimoramento do diagnóstico e do tratamento de doenças através das mais modernas tecnologias e abordagens terapêuticas. “Esperamos criar um ambiente favorável ao desenvolvimento de pesquisas inovadoras, garantindo que o Brasil esteja na vanguarda da Medicina Nuclear mundial, particularmente em áreas emergentes, como a da inteligência artificial”, ressalta a pesquisadora.
Texto: Romulo Santana Osthues/ Foto: Acervo pessoal dos pesquisadores